Deco deu a primeira grande entrevista desde que assumiu o cargo de diretor desportivo no Barcelona. Em declarações ao Mundo Deportivo, o antigo internacional português falou do novo desafio que tem pela frente na Catalunha e abordou alguns tópicos da atualidade blaugrana.
«Procuro sempre desafios. A nível pessoal, foi uma boa altura, pois os meus filhos já estão mais crescidos. Essa foi sempre a questão mais difícil. É um desafio ajudar num momento importante para o clube. Trabalhava há anos no futebol, com clubes, jogadores, etc. Mas é o Barcelona. Fiquei entusiasmado», afirmou.
A tentar antecipar a contratação do jovem avançado Vítor Roque - está garantido pelos catalães para o próximo verão -, o dirigente abordou a estratégia do Barcelona no mercado de janeiro e as razões que levaram à contratação do prodígio brasileiro.
«As pessoas sonham com o Fair Play porque é tema todos os dias. Sabemos que temos uma série de compromissos, coisas que a LaLiga impõe a todos os clubes. Não há que lamentar, mas trabalhar para melhorar e voltar a estar o melhor possível. Estamos sempre atentos a alguma oportunidade, mas não creio que vá ser possível».
«[Vítor Roque] É alguém com características para jogar no Barcelona. Além da qualidade técnica é preciso bastante personalidade. Tem de ser um jogador com coragem e que não sinta a pressão. Quem joga no Barça sempre vai notar a pressão, mas também é por isso que é excitante jogar no Barcelona. Claro que o Vítor tem coisas para aprender, contudo, tem um pouco disto. Um jogador que nos agrada e que teve o ok do treinador», afirmou.
Sobre a relação com Xavi, atual técnico do clube, Deco destacou a amizade entre ambos e o grande respeito pelo trabalho que o antigo colega de equipa está a realizar.
«Não há forma especial de trabalho. O Xavi é o treinador. Além disso, jogámos juntos, somos amigos e partilhamos ideias futebolísticas parecidas. Vou sempre respeitar o seu trabalho e a minha tarefa é tentar que as coisas saiam bem aos jogadores e à equipa técnica. Ele treina e está a fazer isso muito bem. Teve bastante coragem no momento difícil em que assumiu o cargo. Ganhou uma Liga e adaptou-se a um contexto difícil, com jogadores muito jovens. A relação é sempre boa e tento ajudar o máximo possível», confessou.
As movimentações finais do último verão, com as entradas de João Cancelo e João Félix, também foram comentadas pelo dirigente.
«O importante é o que estão a acrescentar à equipa. No caso do Cancelo, é um jogador com experiência, que tem jogado a um nível alto há muitos anos e que domina bastante a sua posição. O Félix é mais do mesmo, mais jovem [que Cancelo], mas com experiência no Benfica, Atl. Madrid e Chelsea. São jogadores que trouxeram coisas importantes à equipa, mas ainda é cedo para falar de tudo. Neste momento estão a ajudar o Barcelona que é o que importa», concluiu.