Simons tinha nove anos quando deu nas vistas pela primeira vez: vídeos do menino de caracóis loiros e camisola do FC Barcelona, a levar a bola tão perto do pé e a fazer os passes mais bonitos e precisos, daqueles que raramente se vêem em crianças da sua idade. Um talento excecional, sem dúvida.
Quer seja o novo Messi, Xavi ou Ronaldinho, os especialistas e os utilizadores exageraram nas comparações com o rapaz. "Ainda me lembro de um jogo contra a Bélgica", diz Peter van der Veen, o primeiro treinador de Simons com a equipa sub-15 holandesa, numa entrevista à DAZN.
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"As pessoas estavam desesperadas por ver O Xavi. Depois do jogo, 300 crianças esperavam à porta do autocarro da equipa. Xavi precisou de segurança para passar pela multidão. Mas ele lidou com isso com muito profissionalismo. Era extremamente maduro para a idade."
O antigo treinador de Xavi Simons: "Claro que lhe deram muitos pontapés".
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Durante dois anos, Van der Veen treinou Xavi Simons, que era mais novo do que os seus colegas de equipa. No entanto, apesar da idade, consegui ser um dos melhores. O treinador descreve Simons como uma pessoa muito calma, que não se deixava levar pelo entusiasmo: "Ele fez muito bem à nossa equipa. Gostava da sua ética de trabalho", diz Van der Veen.
"Muitas vezes, estes jogadores jovens e talentosos não são muito trabalhadores e pensam que vão chegar ao topo sozinhos. Ele era completamente diferente. Era impressionante o quanto ele trabalhava duro. E mesmo assim, já estava a chamar a atenção.
Essa atenção valeu-lhe não só um contrato de patrocínio com a Nike quando tinha 14 anos, mas também um contrato com o talvez mais famoso conselheiro de jogadores do mundo, Mino Raiola, que tem influenciado o planeamento da carreira do rapaz desde então.
Mas, é claro, essa atenção também teve aspectos negativos. Em campo, Simons sentia regularmente os efeitos da sua proeminência. As faltas e as placagens duras dos adversários faziam parte do seu quotidiano.
"Claro que era frequentemente derrubado. Mas levantava-se sempre e continuava a jogar sem mostrar emoção. Acho que quando se joga no Barça quando se é criança, já se está acostumado", disse van der Veen. Até aqui, tudo normal. Mas depois, em julho de 2019, a opinião pública também se virou contra ele."
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O clube catalão tratou Simons como uma superestrela nas redes sociais e em entrevistas, fazendo dele o líder de uma nova geração promissora. Por isso, a transferência para Paris foi um choque para o FC Barcelona.
Ainda não se sabe ao certo o que levou Simons a deixar o Barça.
A maldição do FC Barcelona para Xavi Simons
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No entanto, durante a época de 2020, Simons juntou-se regularmente às sessões de treino da equipa principal do PSG. No entanto, sob o comando de Thomas Tuchel, Simons só se sentou no banco duas vezes.
Entretanto, no FC Barcelona, a nova geração que Simons deveria liderar começou subitamente a ter minutos e influência; Riqui Puig, Óscar Mingueza, Ansu Fati e Ilaix Moriba.
Nas redes sociais, os adeptos do FC Barcelona, desiludidos, afirmaram que Simons tinha vendido a carreira devido à ganância por dinheiro. No entanto, a chegada de Mauricio Pochettino a Paris mudou a situação do jovem jogador.
Desde que o argentino substituiu Tuchel, Simons foi parte integrante da equipa, sentando-se no banco em quase todos os jogos e, finalmente, em meados de fevereiro de 2021, fazendo a sua estreia profissional.
Nos seus últimos meses em Paris, o neerlandês perdeu o lugar na equipa principal, mas brilhou na UEFA Youth League com o PSG. Sem lugar na equipa principal, Simons foi para o PSV, onde brilhou.
As suas boas prestações na Eredivisie pelo PSV valeram-lhe uma convocatória de Van Gaal para o Campeonato do Mundo de 2022 no Qatar. Fez a sua estreia oficial pelos Países Baixos no jogo dos oitavos-de-final contra os Estados Unidos.
"Não será como Xavi"
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Não é de admirar, portanto, quePochetino tenha sido o primeiro a travar a euforia após aqueles 16 minutos em Caen: "Ele não será como Xavi ou Iniesta", disse o treinador parisiense após a estreia, e depois continuou: "Mas ele tem a qualidade para uma carreira como profissional. Uma análise sóbria.
O que teria acontecido se ele tivesse ficado no FC Barcelona, há um ano e meio? Se tivesse decidido não ir para Paris? Nunca saberemos o que teria acontecido nesses cenários. Só o futuro dirá até onde chegará Xavi Simons.
O presente, por outro lado, está a dar destaque ao jovem de 21 anos, titular da equipa principal do Leipzig, eque já atraiu o interesse de vários clubes europeus. As idas para a Eredivisie e Bundesliga deram finalmente a Xavi Simons o que queria: desfrutar do futebol ao mais alto nível.